Uso da cannabis no tratamento da doença de alzheimer: uma revisão integrativa da literatura.
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Data
2025
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Universidade Federal do Oeste da Bahia.
Resumo
Resumo : Introdução: A Doença de Alzheimer (DA) é a principal causa de demência, com alta prevalência em pessoas acima de 65 anos e impacto sobre a capacidade de execução das atividades básicas diárias, por seu caráter neurodegenerativo com instalação no Sistema Nervoso Central a partir da formação das placas senis associadas à hiperfosforilação da proteína tau. Sua origem é essencialmente idiopática, com herança genética em menor grau, cujo diagnóstico é clínico, mais o auxílio de exames séricos e de imagem. O tratamento hoje preconizado é essencialmente sintomático, com inibidores da acetilcolinesterase, e antagonistas ionotrópicos, os quais apresentam efeitos adversos que costumam dificultar a adesão. Isso tem direcionado estudos para novas alternativas, a exemplo do uso de compostos presentes na Cannabis sativa, com destaques para o tetrahidrocanabinol (THC) e o canabidiol (CBD), investigando-se a possível redução da formação das placas amiloides e emaranhados neurofibrilares, através da interação dessas substâncias com o sistema endocanabinóide, próprio do corpo humano, com efeitos positivos sobre o humor, sono, apetite, resposta imunológica, dor, memória e modulação de outros mecanismos diretamente relacionados à evolução deletéria da doença. Objetivo geral: Analisar o que diz a literatura científica acerca dos efeitos do tratamento com cannabis sobre o quadro clínico e progressão da Doença de Alzheimer. Materiais e métodos: O presente estudo propôs uma revisão integrativa da literatura, para revisar e combinar estudos com diversas metodologias e integrar os resultados encontrados. Resultados e discussão: A busca nas bases de dados resultou em 707 registros, e após aplicação dos filtros e critérios de inclusão e exclusão, foram selecionados 07 artigos para compor essa revisão, que juntos analisaram 51 estudos e 69 pacientes com demência, tratados com namisol, dronabinol, nabilona e canabidiol. Quatro dos estudos concluíram que houve benefícios do tratamento, principalmente sobre agitação e estado nutricional dos pacientes, mas também dos escores aplicados. Uma revisão apontou dados inconclusivos tendo, porém, analisado um estudo piloto com THC/CBD que obteve melhora de sintomas neuropsiquiátricos. Um estudo concluiu não haver benefício suficiente, que justifique o uso dos canabinóides. Todos os registros concordam ao afirmar boa segurança e tolerância da terapia com cannabis, cujo efeito colateral comum é sedação leve, com ressalva para a heterogeneidade e limitações dos estudos. Um ensaio clínico está em curso e gerará novos dados sobre tratamento do Alzheimer com THC/CBD. Conclusões: A literatura atual direciona os resultados para achados de benefícios dos canabinóides para pacientes com DA, com destaque para quadros de agitação, alterações de apetite, sono e humor, porém são necessários estudos robustos, controlados, mais longos, com bom nível de evidência, para que sejam elaborados dados sólidos sobre posologia, segurança e eficácia dessa terapia. Felizmente há pesquisas em andamento, e achados futuros poderão elucidar melhor esses aspectos.
Descrição
Palavras-chave
Doença de Alzheimer., Cannabis sativa, Canabinóides
Citação
KERBER, Jéssica Giviany Marques. Uso da cannabis no tratamento da doença de alzheimer: uma revisão integrativa da literatura. Barreiras, BA, 2023. 37f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Medicina) –. Universidade Federal do Oeste da Bahia. Centro das Ciências Biológicas e da Saúde. Barreiras, BA, 2023.